Informamos os Pais e Encarregados de Educação que as AEC's têm início amanhã, dia 23 de outubro. Dia 24 de outubro, quinta feira, realiza-se uma reunião no auditório da escola com os professores das AEC's. Cumprimentos.
terça-feira, 15 de outubro de 2013
Portugal viola Direitos da Criança, acusa a UNICEF
Cantina e escola básica de Setúbal alimentou crianças
durante as férias de natal - Nuno Fox
Jornal Expresso
Relatório oficial do Fundo da ONU para a Infância fala em retrocesso nos Direitos da Criança e na violação de tratados internacionais assinados pelo Estado.
Daniel Ribeiro, correspondente em Paris
14 de outubro de 2013
O relatório do comité português da UNICEF sobre os direitos das crianças portuguesas, a que o Expresso teve acesso, revela situações dramáticas e apela à vigilância sobre as consequências da política de austeridade impostas pelo Governo de Lisboa.
Dirigido à Organização das Nações Unidas (ONU), o documento, elaborado depois de alguns meses de inquéritos no terreno, de entrevistas e de análise às políticas públicas portuguesas, afirma que mais de 500 mil adolescentes e crianças portuguesas perderam o direito ao abono de família entre 2009 e 2012 e que muitas não têm acesso "aos mínimos" na alimentação, na saúde e na educação.
Segundo o relatório, que vai ser discutido brevemente na ONU, a atual política de austeridade do Governo português em relação às crianças pode violar a convenções internacionais assinadas pelo Estado, sobre o acesso dos mais jovens à saúde, à educação e à proteção social.
Devido à crise, a situação agravou-se - "28,6 por cento das crianças portuguesas estavam, em 2011, em risco de pobreza", diz a UNICEF. Hoje, depreende-se do relatório, a situação é bem pior.
Nas recomendações que faz, a UNICEF pede que as medidas de austeridade, em Portugal, sejam avaliadas por uma instituição independente para que os Direitos da Criança sejam, "hoje e no futuro", minimamente garantidos.
O relatório descreve situações de fome e de carências primárias dramáticas das crianças portuguesas e lembra ao Governo que, apesar da crise e da austeridade, tem o dever de assegurar os requisitos dos tratados internacionais que assinou sobre os Direitos das Criança.
"23 anos depois da ratificação por Portugal (da convenção sobre os direitos dos mais jovens), as crianças ainda não são vistas por todos os decisores políticos como titulares de direitos", escreve a UNICEF.
Este relatório foi elaborado pelo comité português para a UNICEF, com base na pesquisa do organismo e nas informações cedidas por ONG's nacionais.
Nos termos do artigo 13º dos Estatutos da Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola, convoco a Assembleia Geral ordináriaa realizar no dia 02 de Outubro 2013 pelas 21:00 horas no Auditório escola de Vidigueira, com a seguinte ordem de trabalhos:
- Apresentação da proposta do Plano de Atividades;- Alteração da constituição do Conselho fiscal de acordo com o artigo 26º e artigo 18º alínea g; - Eleição dos representantes no Conselho de Escola 2013/2015;- Outros assuntos de interesse.
A participação de todos os pais e encarregados de educação é fundamental.
O projeto
“Venham lá os exames”, coordenado pela biblioteca escolar, esteve em destaque,
como boa prática, no encontro de bibliotecas escolares do Alentejo “Ler e
formar leitores no século XXI: desafios digitais”, que decorreu na Direção de Serviços da Região do Alentejo, no passado
dia 3 de Julho.
Este projeto,
coordenado pela BE, resulta de um esforço coletivo de todos os atores do
Agrupamento em prol do sucesso educativo dos nossos alunos.
É com gosto que agradeço a todos os pais, alunos e comunidade escolar que compareceram à festa de final de ano. Tudo pelo melhor, com a participação de todos!
As fotos não foram editadas, pelo que os intervenientes têm o direito de pedir a sua remoção. As fotos ilustram a festa de final de ano e, não visam os alunos. Muito obrigado a todos!
Com o objetivo de formar leitores, a Biblioteca Escolar do Agrupamento de Escolas de Vidigueira, promove no próximo dia 13 de Junho, pelas 14h, no auditório da escola sede, um encontro com o autor/interprete Daniel Completo que irá apresentar o livro “Lendas e romances” escrito em coautoria com Luísa Ducla Soares.
Os alunos poderão comprar o livro e, no final do encontro, haverá uma sessão de autógrafos.
Festa de Final de Ano! Venham Pais, Filhos e Comunidade Escolar! Contamos com a presença de todos os pais, alunos, professores e funcionários para celebrar o final do ano letivo com um momento de saudável convívio entre toda a comunidade escolar. Temos sardinhas e boa disposição! Contamos com a participação dos grupos: - ExplosiveDancers - Escola de Musica - DJ's Surpresa! Dia 13 de Junho de 2013, 19:00h!
Nem estou em mim. Nem sei como começar a explicar o que sinto se, o que sinto, é de discrição impossível. Hoje fechou-se um ciclo, hoje ganhei uma tranquilidade e hoje os meus pesadelos, já crónicos há dez anos, acalmaram. Por onde é que começo?
Há pessoas que nos marcam mais, talvez, do que nós as marcamos a elas e por uma quantidade de razões. A Ana Luísa, teve um impacto brutal na minha vida e certamente ela nem sabe disso. Quando fiquei internada pela primeira vez e, sem saber o que se passava comigo, conheci a Ana, uma menina da minha idade com leucemia, que já lá estava há algum tempo e com quem ficaria a partilhar quarto. Foi a primeira criança que conheci com cancro, a primeira com quem partilhei um cancro e a primeira que me explicou, com os seus próprios conceitos, o que me iria acontecer. Despachada, divertida e, a maior imagem que tenho dela, corajosa, disse-me que eu ficaria sem cabelo e para não me entusiasmar muito com as visitas, porque elas apareciam muito no inicio mas que depois se esqueciam de nós. Passei a adorá-la. Já naquele tempo, venerava a frontalidade e a capacidade de dizermos aos outros não o que eles queriam ouvir,mas o que era preciso ser dito. Sensível, percebeu que tinha ficado nervosa com as explicações um quanto bruscas dela e, descansou-me a alma, dizendo, que olhando para mim assim de repente, parecia que eu até não iria sofrer muito.
A Ana falava e eu ouvia (estranho, certo!?) mas quando encontramos pessoas que nos fascinam, preferimos absorver o que dali sai, do que dizer o que quer que seja. A Ana já estava internada há muito tempo, não ia tantas vezes a casa quanto eu e, quando foi, chorou emocionada porque “nem acreditava” que iria sair dali. Todos os enfermeiros conversavam com ela, não era anti-social como eu e, imagine-se, tinhas amigos em todos os quartos. Desenrascada, foi a doente que eu gostava de ter sido, implacável e guerreira. E agora, vocês perguntam, como perdi eu o contacto de alguém que admirava tanto?
Medo. Quando soube da morte de outros companheiros, decidi que não queria saber mais de nenhuma morte e deixei de visitar a Ana e os outros doentes que ainda estavam internados. Decidi que jamais aceitaria a morte de uma guerreia como a Ana, por isso, na minha cabeça, ela estaria sempre viva e saudável. Dez anos depois, a vida deu-me uma nova oportunidade de perceber que os medos impedem que vivamos grandes momentos, dez anos depois, através do Cancro com Humor, encontrei a Ana! Lembrava-se do meu diário e eu nem consigo explicar como estou grata e feliz por ela estar viva, gira e saudável. Há coisas boas, neste mundo tão cruel. Há coisas boas e hoje sinto que os meus pesadelos irão acalmar porque a Ana está bem e não só no meu coração.
O vencedor do prémio literário mais importante da criação literária da língua portuguesa é o escritor moçambicano autor de livros como Raiz de Orvalho,Terra Sonâmbula e A Confissão da Leoa . É o segundo autor de Moçambique a ser distinguido, depois de José Craveirinha em 1991.
O júri justificou a distinção de Mia Couto tendo em conta a “vasta obra ficcional caracterizada pela inovação estilística e a profunda humanidade”, segundo disse à agência Lusa José Carlos Vasconcelos, um dos jurados.
A obra de Mia Couto, “inicialmente, foi muito valorizada pela criação e inovação verbal, mas tem tido uma cada vez maior solidez na estrutura narrativa e capacidade de transportar para a escrita a oralidade”, acrescentou Vasconcelos. Além disso, conseguiu “passar do local para o global”, numa produção que já conta 30 livros, que tem extravasado as suas fronteiras nacionais e tem “tido um grande reconhecimento da crítica”. Os seus livros estão, de resto, traduzidos em duas dezenas de línguas.
Do júri, que se reuniu durante a tarde desta segunda-feira no Palácio Gustavo Capanema, sede do Centro Internacional do Livro e da Biblioteca Nacional, fizeram também parte, do lado de Portugal, a professora catedrática da Universidade Nova de Lisboa Clara Crabbé Rocha (filha de Miguel Torga, o primeiro galardoado com o Prémio Camões, em 1989), os brasileiros Alcir Pécora, crítico e professor da Universidade de Campinas, e Alberto da Costa e Silva, embaixador e membro da Academia Brasileira de Letras, o escritor e professor universitário moçambicano João Paulo Borges Coelho e o escritor angolano José Eduardo Agualusa.
Também em declaração à Lusa, Mia Couto disse-se "surpreendido e muito feliz" por ter sido distinguido com o 25º. Prémio Camões, num dia que, revelou, não lhe estava a correr de feição. “Recebi a notícia há meia hora, num telefonema que me fizeram do Brasil. Logo hoje, que é um daqueles dias em que a gente pensa: vou jantar, vou deitar-me e quero me apagar do mundo. De repente, apareceu esta chamada telefónica e, obviamente, fiquei muito feliz”, comentou o escritor, sem adiantar as razões.
O editor português de Mia Couto, Zeferino Coelho (Caminho), ficou também “contentíssimo” quando soube da distinção. “Já há muitos anos esperava que lhe dessem o Prémio Camões, finalmente veio”, disse ao PÚBLICO, lembrando que passam agora 30 anos sobre a edição do primeiro livro de Mia Couto em Moçambique, Raiz de Orvalho.
O escritor não virá à Feira do Livro de Lisboa, actualmente a decorrer no Parque Eduardo VII, porque esteve na Feira do Livro de Bogotá, depois foi para o Canadá e só recentemente voltou a Maputo. Zeferino Coelho espera que o autor regresse a Portugal na rentrée, em Setembro ou Outubro.
Nascido em 1955, na Beira, no seio de uma família de emigrantes portugueses, Mia Couto começou por estudar Medicina na Universidade de Lourenço Marques (actual Maputo). Integrou, na sua juventude, o movimento pela independência de Moçambique do colonialismo português. A seguir à independência, na sequência do 25 de Abril de 1974, interrompe os estudos e vira-se para o jornalismo, trabalhando em publicações como A Tribuna,Tempo e Notícias, e também a Agência de Informação de Moçambique (AIM), de que foi director.
Em meados da década de 1980, regressa à universidade para se formar em Biologia. Nessa altura, tinha já publicado, em 1983, o seu primeiro livro de poesia, Raiz de Orvalho.
"O livro surgiu em 1983, numa altura em que a revolução de Moçambique estava em plena pujança e todos nós tínhamos, de uma forma ou de outra, aderido à causa da independência. E a escrita era muito dominada por essa urgência política de mudar o mundo, de criar um homem e uma sociedade nova, tornou-se uma escrita muito panfletária”, comentou Mia Couto em entrevista ao PÚBLICO (20/11/1999), aquando da reedição daquele título pela Caminho.
Em 1986 edita o seu primeiro livro de crónicas, Vozes Anoitecidas, que lhe valeu o prémio da Associação de Escritores Moçambicanos. Mas é com o romance, e nomeadamente com o seu título de estreia neste género, Terra Sonâmbula (1992), que Mia Couto manifesta os primeiros sinais de “desobediência” ao padrão da língua portuguesa, criando fórmulas vocabulares inspiradas da língua oral que irão marcar a sua escrita e impor o seu estilo muito próprio.
“Só quando quis contar histórias é que se me colocou este desafio de deixar entrar a vida e a maneira como o português era remoldado em Moçambique para lhes dar maior força poética. A oralidade não é aquela coisa que se resolve mandando por aí umas brigadas a recolher histórias tradicionais, é muito mais que isso”, disse, na citada entrevista. E acrescentou: “Temos sempre a ideia de que a língua é a grande dama, tem que se falar e escrever bem. A criação poética nasce do erro, da desobediência.”
Foi nesse registo que se sucederam romances, sempre na Caminho, como A Varanda do Frangipani (1996), Um Rio Chamado Tempo, Uma Casa Chamada Terra (2002 – que o realizador José Carlos Oliveira haveria de adaptar ao grande ecrã), O Outro Pé da Sereia (2006), Jesusalém (2009), ou A Confissão da Leoa (2012). A propósito dos seus últimos livros, o escritor confessou algum cansaço por a sua obra ser muitas vezes confundida com a de um jogo de linguagem, por causa da quantidade de palavras e expressões “novas” que neles aparecem.
Paralelamente aos romances, Mia Couto continuou a escrever e a editar crónicas e poesia – “Eu sou da poesia”, justificou, numa referência às suas origens literárias.
Na sua carreira, foi também acumulando distinções, como os prémios Vergílio Ferreira (1999, pelo conjunto da obra), Mário António/Fundação Gulbenkian (2001), União Latina de Literaturas Românicas (2007) ou Eduardo Lourenço (2012).
Nas anteriores 24 edições do Prémio Camões, Portugal e Brasil foram distinguidos dez vezes cada, a última das quais, respectivamente, nas figuras de Manuel António Pina (2011) e de Dalton Trevisan (2012). Angola teve, até ao momento, dois escritores citados: Pepetela, em 1997, e José Luandino Vieira, que, em 2006, recusou o prémio. De Moçambique fora já premiado José Craveirinha (1991) e de Cabo Verde Arménio Vieira (2009).
Criado por Portugal e pelo Brasil em 1989, e actualmente com o valor monetário de cem mil euros, este é o principal prémio destinado à literatura em língua portuguesa e consagra anualmente um autor que, pelo valor intrínseco da sua obra, tenha contribuído para o enriquecimento do património literário e cultural da língua comum. Com Isabel Coutinho
Notícia actualizada com declarações do escritor Mia Couto e do seu editor português Zeferino Coelho.