quarta-feira, 6 de abril de 2011

As escolas do futuro constroem-se todos os dias por todos nós

Entre diversos projectos lançados pela EPIS - Empresários pela Inclusão Social está a iniciativa Boas Práticas de Gestão, com um programa para quatro anos. Em 47 escolas há resultados que apontam a criação de 2107 novos bons alunos







Desde a sua fundação, em 2006, a Associação EPIS - Empresários pela Inclusão Social escolheu a Educação para concretizar a sua vocação principal, que está presente no seu nome de modo claro. Com este foco, tem desenvolvido projectos de intervenção cívica na área da promoção do sucesso escolar e das boas práticas de gestão nas escolas. Conta com mais de 180 empresas associadas e parceiras e está presente em mais de 50 concelhos e 150 escolas de todo o país.

Entre diversos projectos lançados, a iniciativa Escolas de Futuro - Boas Práticas de Gestão nas Escolas permitiu sistematizar um conjunto de boas práticas para directores, professores e pais. Com base nesta metodologia, foi lançado um programa de formação e treino para directores, com duração de quatro anos, com vista à implementação de processos de auto-avaliação, de melhoria contínua, de estabelecimento de objectivos e indicadores de desempenho, e de monitorização de resultados, que envolve mais de 90 escolas, abarcando cerca de 100 mil alunos. Nas 47 escolas que já estabeleceram objectivos para 2013, envolvendo 46 mil alunos, foi possível apurar melhorias dos resultados que apontam para a criação de 2107 novos bons alunos.

É no âmbito desta iniciativa que a EPIS organiza hoje, na Fundação Gulbenkian, a conferência Escolas de Futuro, aberta a todos os cidadãos interessados e em que tomaram a iniciativa de se inscrever mais de 600 participantes.

Em Janeiro passado lançámos um concurso de ideias para alunos do 3.o ciclo e do secundário, para pensarem a Escola do Futuro, tendo participado mais de 30 escolas e de 330 alunos. Vamos contar com a presença dos três grupos de alunos vencedores, que apresentarão os seus trabalhos e efectuarão um debate em torno das suas ideias.

Dan Buckley, especialista britânico em educação, dará a sua perspectiva sobre os modelos que tendem a prevalecer em diversos países de todo o mundo. Na página do Facebook Escolas de Futuro, Dan Buckley tem partilhado connosco as suas mais recentes visitas a escolas na Austrália, na Tasmânia, na Tailândia, na Rússia e nos Estados Unidos.

Da parte da tarde do dia de hoje propomos um debate sobre a construção das Escolas de Futuro, moderado pela directora da Rádio Renascença, Graça Franco, que contará com o contributo de vários representantes da sociedade civil: Manuel Brito, vereador da Câmara Municipal de Lisboa; Carlos Moreira da Silva, presidente da BA Vidro; José Leitão, director regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo; José Manuel Canavarro, presidente do conselho científico da EPIS; Carlos Liz, sócio-gerente da Ipsos-Apeme, especialista de estudos de mercado e tendências.

A iniciativa da EPIS Escolas de Futuro, iniciada em 2007 e que tem nesta conferência apenas um ponto de elevada visibilidade pública, vai manter-se nos próximos anos, pois pretendemos que todos os cidadãos, com ou sem filhos em idade escolar, se envolvam na construção de uma educação melhor, que prepare as novas gerações para o futuro que está aí, cheio de possibilidades mas também com riscos até agora inexistentes.

Esta convocatória é particularmente importante neste período difícil que vivemos no nosso país. Em primeiro lugar, esta crise sem paralelo é também uma oportunidade para fazermos as mudanças que não podemos adiar e para participarmos activamente na construção de um Portugal melhor. Em segundo lugar, vamos ter a oportunidade de avaliar nos próximos dois meses as diferentes propostas de governação que irão surgir até às eleições de dia 5 de Junho, desde logo na área da educação.

Na EPIS não defendemos nenhum modelo de Escolas de Futuro em particular. Tentamos divulgar boas práticas de gestão nas escolas e na educação, na esperança de que os actores da educação e os cidadãos em geral disponham de mais informação e de melhores instrumentos para participarem civicamente. É por isso que esta 1.a Conferência da EPIS pretende ser um espaço de debate aberto e uma oportunidade para nos prepararmos para exercer a nossa cidadania de modo mais activo.

Queremos que as Escolas de Futuro se construam todos os dias, por todos nós! Contamos com um compromisso cívico empenhado de todos os portugueses.

Presidente da direcção da EPIS - Empresários pela Inclusão Social 

Por António Pires de Lima, Publicado em 06 de Abril de 2011 no Jornal i - Fonte

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