Não agrada às associações de pais a decisão dos sindicatos de professores de avançarem com protestos no final do terceiro período deste ano lectivo. E agrada menos ainda no caso de esses protestos, decididos no plenário nacional realizado no sábado, em Lisboa, passarem por uma greve às avaliações e aos exames, tal como é ponderado pelos sindicatos de docentes.
"Esperamos que não tenha passado de uma euforia típica das manifestações, pois até agora a luta dos professores tem passado sempre por não prejudicar os alunos", refere Albino Almeida, presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap).
Para o dirigente associativo, a desestabilização nas escolas no final do último período lectivo deve ser evitada. "É uma altura em que os alunos e as famílias estão a fazer um esforço para consolidar os resultados escolares, e qualquer foco de instabilidade é prejudicial. Se isso acontecer, vamos até às últimas consequências para defender o interesse das famílias e dos alunos", garante Albino Almeida.
No sábado, mais de nove mil professores reuniram-se em plenário em Lisboa, tendo decidido manter a greve às horas extraordinárias e a realização de debates nas duas primeiras semanas do 3º período para decidir as "acções de luta" futuras. A greve às horas extraordinárias, iniciada no dia 1 de Março, tem incidido na componente não lectiva. "Não tem havido preocupações, pois não está a afectar o trabalho com os alunos", reconhece Albino Almeida.
Os professores contestam o modelo de avaliação de desempenho, os cortes salariais e a eventualidade de desemprego para 30 mil docentes a partir de Setembro.
A criação dos mega-agrupamentos escolares também é contestada pelas estruturas sindicais, que temem a "degradação pedagógica" em escolas com três ou quatro mil alunos de vários níveis de ensino.
Fonte: Correio da Manhã
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